Independência sexual

Ontem se comemorou o dia nacional do sexo. Hoje se comemora o dia da independência. Perfeito. Vejo nesse “par” uma oportunidade interessante de meditarmos.

Um grito de independência nos apartou de Portugal, contudo, mais de 500 anos depois, a luta para se libertar de uma sociedade moralista e preconceituosa ainda reside no intimo das mulheres. A tecnologia decola, apresentando o inimaginável, porém a sociedade aprisiona o desejo, o natural, o simples. Fazem do sexo uma coisa e não o deixam ser o que é, nada além da expansão de um beijo. Afinal, evitando o fenômeno da procriação e da proliferação de males, o que mais há no sexo senão a busca por prazer, tanto quanto nas brincadeiras, nos entretenimentos, tanto quanto em tudo que buscamos para nos proporcionar prazer?

Dê! Não dê! “Me comeu”. “fui comida”. Expressões como estas desenham o papel de caça que as mulheres exercem. Contudo a minha pergunta é: Como definir caça e caçador se ambos estão em busca da mesma coisa? Logicamente a caça não seria perseguida pelo caçador até este lhe alcançar e lhe possuir? Certo. Concordo que na prática é, na maioria das vezes, o que ocorre entre pessoas de sexos opostos. E de fato esse é o motivo pelo qual se define a mulher como caça e o homem como caçador. E até onde vai a permissividade da mulher? Até que ponto a mulher se permite ser considerada uma caça?
Até o ponto em que ela mesma pronuncia “ele só quer me comer”.

Mulheres deixem os atributos de canibalismo aos canibais. Homens e mulheres estão no mesmo grupo na cadeia alimentar. Portanto vamos acabar com essa história de quem come e quem é comido, o sexo também não faz parte da gastronomia. Comecem a encarar o sexo apenas como ele deve ser, simples, natural e espontâneo.
Prefiro me valer da frase “quando um não quer dois não brigam”. A meu ver essa esclarece melhor a atividade sexual. Não há presas nem predadores, nem caça, nem caçadores, nem quem come e quem é comido. Apenas indivíduos que decidem livremente mutuar prazeres, regozijando-se um no corpo do outro.

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