quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A guerra dos sexos



Para quem não me conhece, sou Marcos Scoffer. Poeta e blogueiro, editor do FILOSPOP (http://filospop.blogspot.com/). Na minha pagina virtual, escrevo sobre arte, comportamento, poesia e filosofia. Além, às vezes, de soltar gritos e largar pensamentos sobre o modo de vida careta-classe-média-sem-graça que vejo a maioria das pessoas por ai exaltando em orações moralistas como cristos pós-modernos pregadores do consumismo exacerbado da nova ordem mundial. Sobre mim, isso basta – e é mais que suficiente. Vamos ao que interessa.


Na guerra entre os sexos, me dá nos nervos a hipocrisia relativista de ambas às partes. Do lado masculino, a necessidade quixotesca de desembainhar o pau como instrumento de dominação sexual histórico. Como se o órgão fosse o único e definitivo meio de atingir prazer e êxtase. O que é uma mentira dupla. Em culturas orientais, existem praticas sexuais em que o homem se quer chegam a gozar. O esperma é considerado substancia vital e derramá-lo uma forma de enfraquecimento do corpo. Segundo, é que desde que as mulheres passaram a fazer uso freqüente do clitóris e a masturbação feminina deixou de ser um pecado mortal, o pênis passou a ter uma importância secundaria. Não é dada a penetração tanta importância. As mulheres não querem apenas receber, querem dá também. Querem estar na vanguarda, querem chupar, lamber, e às vezes, até penetrar seus parceiros. Os homens perdidos não sabem o que fazer. E agora? As fêmeas não estão nem ai.


Do lado feminino, me incomoda as mulheres estarem querendo assumir a identidade histórica do macho alfa sem abnegar de sua condição de sexo frágil. Não se pode deixar de perceber que o modo de vida capitalista sintetizou essa guerra sexual, transformando a humanidade em mera força de trabalho. Só existem dois lados da moeda: os fortes e os subjugados, o sistema é indiferente ao gênero da espécie humana. Na selva de pedra, seja homem ou mulher, vai ganhar o mais forte, o que melhor se adaptar as “regras”. É darwinismo puro.  A partir daí, o discurso tem que mudar. As mulheres têm mesmo é que destruir o que eu chamo o mito de Uma Linda Mulher. Lembram do filme? Julia Roberts interpreta uma prostituta independente, que até então não se completava em um homem. Mas no final, o fantasma da cinderela ronda, o que era uma mulher forte, desimpedida e dona do próprio nariz passa a parecer uma frágil princesa salva pelo seu príncipe encantado que a compra como uma boneca. Pura hipocrisia e sentimentalismo holiwdiano barato. Aquela mulher do começo do filme não precisava ser salva. E acabou por vender sua liberdade por algumas moedas com a desculpa de um amor romântico vendido nas vitrines do shopping. O amor só pode ser verdadeiro se for livre.

Qualquer mulher é mais forte que qualquer homem. E a verdadeira liberdade é negar a dependência.  E não aceitá-la, seja em forma de cotas sociais de inclusão no mercado de trabalho ou casando com um milionário. A revista Forbes todo ano divulga o ranking das 100 pessoas mais ricas do mundo. Já se perguntaram quantas mulheres aparecem nessa lista e por que elas aparecem lá?  Deixem de achar que conseguiram a grande liberdade depois que explodiram os fogões. Lembrem-se sempre, os espaços dionisíacos ainda são predominantemente masculinos. Mas à hora de rever nossos próprios valores é agora. Jeb de direita neles. 


Marcos Improta Scoffer – é poeta, blogueiro. http://filospop.blogspot.com/

Um comentário:

  1. Os seus posts dão que me pensar. Mas acredito que as mulheres sejam fortes, á sua maneira. E mais, somos o que nos homens não conseguem nunca ser: fortes e elegantes.

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